A ADBP recupera uma tradição que remonta aos finais do século XVIII em que a música, o ritmo e a alegria tomavam conta das ruas de Lisboa numa celebração dos Santos Populares e os emblemáticos desfiles colectivos tinham passagem obrigatória pelo Rossio e Praça da Figueira. Uma manifestação que mais tarde, em 1932, resultou nas Marchas Populares de Lisboa, por iniciativa do cineasta e jornalista José Leitão Barros com o apoio do DN.
O espírito festivo e popular desta tradição lisboeta regressa à Praça do Rossio com o Mercado das Marchas Populares, uma iniciativa que promete animar e dinamizar esta zona tão emblemática da cidade com um programa criado pela ADBP, que convida famílias e amigos a desfrutarem da gastronomia típica portuguesa e da oferta de artesanato que os mais de 60 expositores irão apresentar, contando ainda com vários espectáculos de fado dedicados exclusivamente às marchas populares. Alegria, que se vai cantar o fado Durante cinco noites memoráveis, cinco duplas de fadistas de renome interpretam músicas tradicionais das marchas populares, trazendo alegria e animação ao coração de Lisboa. Programa 21 de junho – 21h00 António Pinto Basto e Teresa Tapadas 22 de junho – 21h00 Eduardo Almeida e Carolina Gomes 27 de junho – 21h00 Pedro Galveias e Cátia Miranda 28 de junho – 21h00 João Chora e Sara Paixão 29 de junho – 21h00 Fernando Jorge e Cátia Miranda VENHA CELEBRAR OS SANTOS POPULARES NO NOSSO MERCADO. ESPERAMOS POR SI!
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“A estratégia passa por estarmos presentes sempre que exista a necessidade de intervir”Os desafios no domínio da segurança pública que impactam directamente a actividade dos comerciantes e empresários da Baixa-Chiado e a resposta eficaz que exigem, foram os temas dominantes da entrevista com o Intendente Manuel Gonçalves, Comandante da 1.ª Divisão da PSP do Comando Metropolitano de Lisboa que actua no território da Baixa-Chiado Quais são, na sua perspectiva, os principais desafios no domínio da segurança pública que Lisboa e, particularmente a Baixa-Chiado, enfrenta actualmente? A 1.ª Divisão Policial do Comando Metropolitano de Lisboa tem quatro esquadras territoriais que actuam no território que corresponde às quatro Freguesias que estão actualmente na Baixa da cidade: Misericórdia, Santa Maria Maior, Arroios e Santo António. E o princípio geral do trabalho da PSP nesta zona é prevenir a criminalidade e garantir a segurança da população. Na área que corresponde à Freguesia de Santa Maria Maior, dado que o fluxo de pessoas é bastante elevado em grande parte devido ao turismo, a preocupação é assegurar a visibilidade policial pelo efeito dissuasor e estarmos presentes sempre que exista a necessidade de intervir. Que estratégia definiu a PSP para alcançar esses objectivos? A nossa divisão tem uma equipa de visibilidade em permanência constituída por cinco ou seis elementos e colocada por períodos de três a quatro horas, nos locais onde existe maior circulação de pessoas consoante os períodos diurnos ou nocturnos. Se durante o dia a acção passa mais pelo eixo Praça do Comércio – Rossio - Martim Moniz, à noite, o eixo mais vigiado é o Cais do Sodré – Bairro Alto. Estas equipas ainda são apoiadas por unidades móveis de atendimento que funcionam 24 horas por dia, o que permite termos os meios necessários para que alguém que tenha sido vítima de um furto, por exemplo, possa ali apresentar queixa sem a necessidade de deslocação à esquadra. Existem dados sobre a evolução da criminalidade nesta zona da Baixa? O número de roubos na Baixa não é maior que em outras áreas da cidade, e não há nenhuma actividade criminal que nos obrigue a ter um especial cuidado. Claro que na Baixa se registam furtos e roubos, principalmente no período nocturno, o que nos exige estar sempre presentes, razão pela qual somos uma das divisões, onde existe um elevado número de detenções em flagrante delito. Sabemos também que devido ao grande volume de actividade associada ao comércio de rua, esta preocupação é sintomática desta zona da cidade já há vários anos. E também estamos conscientes da venda de louro e de estupefacientes, actividades que têm vindo a ser acompanhadas e merecido um trabalho exaustivo mesmo em termos de investigação. Este ano já produzimos várias notificações e realizámos cerca de 20 detenções relativas a essa actividade e dezenas de apreensões por venda ambulante. Mas é importante esclarecer que a polícia prende, a polícia intervém e actua mas depois existe todo um processo de contorno judicial que não é a polícia que executa. Mas a venda ambulante abusiva na Rua Augusta e na Rua do Carmo, bem como a venda de louro prensado em várias artérias da Baixa, estão entre as queixas mais recorrentes dos comerciantes. Relativamente a esta questão da venda ambulante abusiva, tentamos actuar também através da fiscalização, coordenando com a Polícia Municipal. No entanto é uma actividade com uma dinâmica própria que é difícil de combater. São carrinhas, pessoas na rua a vender... A verdade é que a partir do momento em que há procura, há venda. As pessoas (quem compra) têm de ter noção de que estão a ser coniventes e a contribuir para uma actividade paralela, que não paga impostos. É isso que se passa e é algo que não se consegue combater só com a acção policial, porque as áreas são demasiado extensas para a polícia conseguir estar em todas elas simultaneamente. Além das quatro esquadras que nós temos, ainda existe uma de intervenção e fiscalização. Esta actuação conjunta já resultou na apreensão de quase 20 mil produtos. E não me refiro apenas a acessórios de moda (malas, óculos, etc), também no espaço nocturno se verifica esta prática com bens alimentares e bebidas. O que significa exactamente este número? Significa que estamos a ter uma grande intervenção no que toca à venda ambulante, não só na fiscalização na rua, mas também em estabelecimentos comerciais e nos distribuidores. Até porque o nosso trabalho não termina na apreensão. Há um esforço no sentido de sensibilizar as marcas para fazerem peritagens e poderem entregar ao tribunal a informação necessária para condenar os envolvidos em toda a cadeia de distribuição. Na perspectiva do Comando Metropolitano de Lisboa, reforçar o patrulhamento de bairro e de proximidade nesta zona da Baixa-Chiado poderia ser uma solução para impedir ou pelo menos diminuir esta prática? Claramente! É uma solução e é por isso que nós também temos uma equipa permanente de visibilidade que está no Rossio e se estende para a Rua Augusta. No entanto, como já referi, temos noção de que a partir do momento em que estamos nesta zona, os vendedores ambulantes movem-se para junto da Praça do Comércio e vice-versa. Estamos conscientes dessa realidade. Se tivermos mais policias em visibilidade, a probabilidade de existirem pessoas a praticar atividades ilícitas é menor, isso é um facto. Mas então podemos afirmar que há falta de recursos? Não, o que existe é uma grande variedade e diversidade de actividades que decorrem na Baixa, todos os dias, desde manifestações, visitas de chefes de Estado e outros eventos, o que exige uma gestão eficaz dos recursos policiais disponíveis. Por exemplo, quando há uma manifestação na Baixa, pelo número de pessoas mobilizadas, passa a haver um bem maior que é garantir a segurança dessas pessoas o que implica alocar todos os recursos necessários, passando por isso, o policiamento de visibilidade para segundo plano. A violência doméstica, é outro exemplo. É algo que normalmente não se vê, mas que também exige muito dos recursos policiais. Com o aumento de casos, existe uma necessidade crescente de uma intervenção mais directa. A partir do momento em que há uma queixa por violência doméstica, existe todo um processo de acompanhamento das vítimas, e esse acompanhamento consiste em fazer a avaliação do risco, que é realizado por polícias. Mas há mais actividades menos visíveis que também temos que as assegurar, nomeadamente contacto com idosos, pessoas com carências, comércio seguro, entre outras. Sendo a segurança um fator de atractividade dos destinos, de que forma o aumento do turismo em Lisboa impactou as necessidades/exigências de segurança pública inerentes a este aumento de fluxo, por um lado, e, por outro, em resposta a uma procura mais complexa e exigente? Como consequência do aumento do turismo que se tem registado nos últimos anos, o Comando Metropolitano de Lisboa, através da Divisão de Segurança e Transportes Públicos, tem duas esquadras de turismo, constituídas especificamente para fazer o atendimento ao turista em qualquer situação: uma no Palácio Foz, nos Restauradores, e outra, junto à estação de Santa Apolónia que, no entanto, devido às obras, neste momento está a funcionar junto ao Terminal de Cruzeiros. Cada vez que temos alguma queixa apresentada por um turista ou alguma necessidade em termos de idioma, é feito o encaminhamento das pessoas para essas esquadras especificas, ou então pedimos apoio para nos ajudarem no atendimento. Que papel poderá ter aqui a tecnologia, como os sistemas de videovigilância, para uma maior eficácia dos dispositivos de segurança, bem como também numa óptica de prevenção? Como tem sido defendido pela Polícia da Segurança Pública, nós não podemos ter um polícia em cada esquina, no entanto, podemos ter várias câmaras a serem visualizadas por um polícia, que é isso que acontece no Bairro Alto. É de facto um recurso valioso que além do papel dissuasor e, portanto, preventivo, permite-nos ter uma maior capacidade de reacção e intervenção porque nos é facultada a informação do local concreto para actuarmos. Mas há mais vantagens. Os assaltos que acontecem na via pública podem ser visualizados pelas câmaras e, posteriormente, as equipas de investigação criminal usarem como meio de prova para chegarem às pessoas que cometeram o crime. Contudo, os sistemas não podem só por si existir, tem de ser garantido o seu bom funcionamento porque a tecnologia, por vezes, falha. A fraca luminosidade não ajuda e as avarias também não. Há também a necessidade de garantir a privacidade das pessoas, um procedimento que é assegurado por nós, sempre em conformidade com a lei. Porém, e apesar de não ser um elemento dissuasor em 100%, o sistema de videovigilância deveria estar presente em todo o espaço público da Baixa, nomeadamente Terreiro do Paço, Praça do Comércio, Rossio e Rua Augusta, onde a circulação de pessoas é mais acentuada. Penso que a Câmara Municipal de Lisboa está a avançar claramente com o projecto de videovigilância que está previsto para toda a Baixa, o que seria bastante benéfico para prevenir a criminalidade. Ainda no âmbito da actuação de proximidade da PSP, de que forma está a trabalhar em conjunto com a comunidade local para abordar preocupações específicas de segurança na Baixa-Chiado? Num primeiro momento, articulamos com as Juntas de Freguesia, já que é da sua responsabilidade a gestão dos espaços urbanos. Mas também trabalhamos com proprietários quando o problema são prédios devolutos e com os comerciantes e empresários quando estamos perante espaços que sejam pouco iluminados ou zonas que não sejam limpas, porque sabemos que a partir do momento em que algo se começa a degradar é uma forma de chamar outros problemas. Com os estabelecimentos comerciais, ainda há a questão dos licenciamentos. E aqui falo especificamente dos horários de encerramento, que também potenciam alguns desafios, nomeadamente para os comerciantes. Mas, de um modo geral, neste trabalho com a comunidade local tem que prevalecer uma questão de bom senso: garantir que todos trabalham para o mesmo, apesar dos interesses, na maior parte das vezes, não serem convergentes. A sensibilização e a formação a esses estabelecimentos comerciais fazem parte das vossas competências? Fazemo-lo através da fiscalização facultada não só por nós, mas também pela Polícia Municipal. A Polícia Municipal está todos os fins-de-semana no Bairro Alto e no Cais do Sodré e todas as noites levanta autos por infrações, ou porque há, por exemplo, estabelecimentos que não cumprem as regras relativamente ao ruído, ou ao facto de estarem a funcionar com portas abertas e a vender álcool a menores. Quando temos contacto com essas entidades, muitas vezes alertamos para práticas irregulares, evitando desta forma infracções. A dificuldade de circulação no acesso à Baixa-Chiado é igualmente uma fonte de preocupação para lojistas e empresários. Que impacto está a ter na acção da PSP tendo em vista melhorar a mobilidade? Apesar da nossa actividade ser iminentemente de visibilidade pedonal, o trânsito, de certa forma, não tem impacto directo na nossa acção. No entanto, sabemos que tem no dia-a-dia das pessoas e no comércio e nas restantes actividades da Baixa, uma zona da cidade que não pára e que, consequentemente, levanta vários desafios. É aqui que a Divisão de Trânsito tem uma importância crucial naquilo que é a mobilidade na cidade de Lisboa, estando orientada especialmente para a regularização e condicionamento de trânsito, sempre que há necessidade. Esta Divisão é também uma presença permanente em locais onde há constrangimentos, actuando, muitas vezes, em complementaridade àquilo que é a actividade da Polícia Municipal, que está sempre presente, ainda para mais agora devido ao corte de trânsito na Rua da Prata. Cabe-me salientar que o desafio da mobilidade aqui na Baixa também se deve em grande parte ao desconhecimento das regras a seguir, nomeadamente quando falamos do uso das trotinetes ou das bicicletas partilhadas. Também se fala na possibilidade de a Baixa vir a ser uma zona sem trânsito em algumas artérias. Condição que tem alguns constrangimentos, nomeadamente para a actividade comercial que ficaria muito limitada, o que teria de implicar uma melhoria nos transportes públicos. Quem vem conhecer a Baixa, muitas vezes, não se importa de andar a pé, mas para quem cá trabalha e exerce a sua actividade, provavelmente isso vai criar problemas em termos de circulação e gerar algum stress. Temos ainda a questão dos Tuk Tuks, cuja fiscalização também é garantida, sempre que possível. No fundo, tentamos sempre não ser mais um problema e garantir que as pessoas se podem movimentar de forma mais facilitada, auxiliando naquilo que for preciso. "Neste ano já realizámos dezenas de apreensões por venda ambulante que resultou na apreensão de quase 20.000 produtos” - Intendente Manuel Gonçalves – Comandante da 1ª Divisão da PSP – Comando Metropolitano de Lisboa.
“É essencial a participação dos comerciantes da Baixa na definição das políticas públicas”
Em entrevista exclusiva à ADBP, o Vereador Ângelo Pereira fala sobre as principais medidas a adoptar para mitigar os problemas de mobilidade, higiene urbana, segurança e protecção civil, que impactam a Baixa-Chiado e revela o desejo de que “a Baixa mantenha a sua identidade como centro histórico de vocação comercial e turística”. Quando apresentada no início de 2020, a Zona de Emissões Reduzidas Avenida Baixa Chiado (ZER ABC) foi recebida com muitas reservas por moradores e comerciantes, sobretudo por não ter havido um debate público. Qual o ponto de situação deste tema no contexto do plano de mobilidade urbana sustentável que a CML tem previsto para a cidade? O processo de implementação da Zona de Emissões Reduzidas para a Avenida da Liberdade, Baixa e Chiado (ZER ABC) foi suspenso pelo anterior Executivo, no âmbito da Pandemia. O que queremos para a Baixa é que seja um espaço urbano vivo e reabilitado com a qualidade que a sua história única merece. Que mantenha a sua identidade como centro histórico de vocação comercial e turística, atraindo novas atividades, sem restringir o seu acesso por qualquer rede, para todos quantos a utilizam. Ao nível da Mobilidade e Sustentabilidade Ambiental, é diminuir os níveis de poluição atmosférica na Baixa, seguindo o exemplo de várias cidades europeias como, Madrid, Paris, Berlim, Barcelona ou Londres. O objetivo de diminuição da intensidade do uso do automóvel individual assentará na maior oferta do transporte público e dos meios suaves, mas não impedindo o acesso automóvel às vias distribuidoras norte/sul da Baixa: Rua do Ouro, Rua da Prata, Rua dos Fanqueiros e Rua da Madalena. Pretendemos dotar a Baixa de uma Acessibilidade Universal, através da supressão de barreiras arquitetónicas, tornando a Baixa num local cada vez mais acessível, mais pedonável, com atravessamentos mais seguros. Pretendemos inserir a Estratégia de mobilidade da Baixa no Plano de Mobilidade e Transportes que temos vindo a desenvolver para toda a Cidade de Lisboa, tendo obviamente em atenção as características especificas do Centro Histórico. Este executivo prepara um planeamento global de mobilidade para toda a cidade, tendo obviamente em atenção as características de cada zona; Resumindo para Lisboa pretendemos:
Que papel poderá representar a ADBP neste diálogo necessário entre comércio e decisores políticos? Entendemos que é essencial a participação dos comerciantes da Baixa na definição das políticas públicas relativas a este pedaço fundamental do coração da nossa Cidade. São os comerciantes a verdadeira força viva deste território, tendo um conhecimento profundo das suas relações humanas e espaço físico. Lisboa só pode construir-se ouvindo aqueles que a vivem e desenvolvem todos os dias. É de conhecimento público que está a ser elaborado um Regulamento Municipal de Mobilidade Partilhada (RMMP) que pretende definir regras para a circulação e estacionamento de trotinetas e bicicletas. O que se pretende mudar efetivamente na política das ciclovias? E que implicações terá o regulamento, quer para operadores privados, quer para os utilizadores de trotinetas e bicicletas? O Regulamento de Mobilidade Suave Partilhada visa definir regras no âmbito da circulação e do estacionamento dos veículos de mobilidade suave na cidade de Lisboa. Como qualquer instrumento regulamentador o seu móbil não é o da coercividade. O nosso intuito não é penalizador. Não pretendemos coagir ninguém com autuações, mas entendemos que tem de ser conciliada a presença destes serviços de economia partilhada na Cidade, com atividade na área da mobilidade suave, com a imprescindível e prioritária proteção dos peões e dos cidadãos com mobilidade reduzida. Não prescindimos igualmente de disciplinar a correta utilização do espaço público. Ainda mais, informamos que antes do Regulamento trabalhamos para que seja possível assinar um memorando de entendimento com todos os operadores de mobilidade suave. Este memorando é um acordo quadro que irá autorregular a atividade em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa, isto sem prejuízo da aprovação do regulamento. As bicicletas GIRA serão igualmente abrangidas pelo RMMP? O Regulamento de Mobilidade Suave Partilhada encontra-se em elaboração, sendo que esteve até ao dia 25 de novembro a receber participações públicas, pelo que as regras e sua aplicação ainda estão em definição. Contudo, um dos principais problemas que se verifica na cidade de Lisboa é o estacionamento desordenado deste tipo de veículos, o que não acontece com as bicicletas GIRA, uma vez que só podem estacionar nas estações /docas que integram o serviço de bicicletas partilhadas de Lisboa. Que balanço faz da participação dos cidadãos com sugestões e contributos? Quais foram os temas dominantes das preocupações/sugestões do inquérito on-line dessa participação pública? O balanço é bastante positivo no que respeita à participação dos cidadãos e restantes stakeholders com contributos para a elaboração deste regulamento. Recebemos mais de 1780 participações. Iremos agora fazer a análise destas participações. Tendo em consideração que a Higiene Urbana é um tema de debate dominante na atualidade, o que está a ser feito pela autarquia para mitigar o problema, nomeadamente no que respeita à recolha do lixo? No âmbito da higiene urbana na cidade de Lisboa, podemos afirmar que em termos operacionais e após o significativo reforço de recursos humanos - foram contratados quase 200 novos funcionários. Não obstante, e porque a natureza da produção de resíduos se alterou nos últimos anos, em termos quantitativos e de fluxos, muito devido ao crescimento da atividade económica da cidade na área turística, estamos a proceder a uma reorganização dos serviços, por forma a ajustar a operação de remoção às reais necessidades da cidade. A título de exemplo, foram recentemente criados 2 novos núcleos operacionais, um de fiscalização e outro de planeamento e otimização de circuitos de remoção, do qual já resultou a criação de novos circuitos de recolha subterrânea, com um reforço inequívoco do despejo dos contentores subterrâneos e zonas com maior pressão turística, assim como um reforço das ações de sensibilização e fiscalização do regulamento de resíduos. Ainda mais, uma das principais preocupações prende-se com o aumento da exigência legal na recolha seletiva, nomeadamente com a introdução de mais uma fileira de resíduos (os resíduos orgânicos, isto é, restos de comida) sem que existam muitas vezes condições para aumentar os pontos de recolha coletiva ou a recolha porta a porta, por falta de espaço, tanto no espaço público, como no interior do edificado. Outra questão preocupante, mas que já esta a ser tratada com a ALEP - Associação do Alojamento Local, é dar a conhecer aos proprietários e turistas as regras de deposição de resíduos nacionais, assim como está a ser criada uma campanha de sensibilização dedicada ao setor HORECA. De referir que é também necessário um forte empenho dos cidadãos e empresários para o cumprimento do horário e locais de deposição, porque sem a colaboração ativa de todos (cidadãos, comércio, Alojamento Local e entidades gestoras) estas questões serão sempre mais difíceis de ultrapassar. A segurança é um dos principais ativos da cidade de Lisboa que começa a dar sinais de preocupação perante algumas ocorrências noticiadas. A solução passa pela criação de esquadras móveis da polícia na cidade? O que é fundamental é que seja reforçada a visibilidade da presença policial com o constante reforço da perceção de segurança por parte das pessoas. Por isso a aposta deve ser em mais presença efetiva nas ruas, nas ações de fiscalização, na melhoria das condições operacionais dos polícias, designadamente de novas e modernas esquadras, e num aumento do investimento em mais material e mais pessoal. Que papel cabe à Polícia Municipal na sua intervenção numa abordagem de proximidade com a população, mas também num contexto de trabalho articulado e em rede com as outras forças de segurança? Desde já importa definir que a Polícia Municipal de Lisboa não é uma força de segurança a quem caiba garantir a manutenção da Ordem Pública. A Polícia Municipal, de carácter centenário, é uma polícia administrativa especial, cujas competências legais de atuação se situam no âmbito da regulação social e não da manutenção da ordem pública. Isto não significa, no entanto, que a função da Polícia Municipal seja uma função menor. Muito pelo contrário: a ordem social precede a ordem pública e constitui elemento essencial desta. Cabe à Polícia Municipal, em termos muito gerais, a fiscalização dos regulamentos municipais, a execução coerciva, nos termos da lei, dos atos administrativos das autoridades municipais e fiscalização do cumprimento das normas de estacionamento de veículos e de circulação rodoviária. Quanto à articulação com as forças de segurança, compete e à Polícia Municipal a execução de todas as atribuições que lhe sejam cometidas, nomeadamente, a vigilância de espaços públicos ou abertos ao público, designadamente de áreas circundantes de escolas, em coordenação com as forças de segurança, a vigilância nos transportes urbanos locais, igualmente em coordenação com as forças de segurança. Assim, em matéria de manutenção da tranquilidade pública e de proteção das comunidades locais, a Polícia Municipal desempenha um papel de cooperação com as forças de segurança. Importa não esquecer a condição especial, também resultado da vontade do legislador, que recai sobre a Polícia Municipal de Lisboa: todos os seus quadros com funções policiais são obrigatoriamente recrutados, em comissão de serviço, nos quadros da Polícia de Segurança Pública. Isto permite uma articulação privilegiada entre ambas as corporações. A excelência da colaboração entre o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP e a Polícia Municipal é algo que temos de assinalar e que se traduz em mútuo e pronto apoio, sendo de destacar a existência de um acordo interadministrativo entre o município e a Direção Nacional da PSP. As ações policiais comuns, cada corporação em apoio da outra, no âmbito das suas competências e de acordo com as valências disponíveis é algo a que se assiste numa base diária, seja em ações de fiscalização a estabelecimentos, seja no âmbito das operações de desocupação de habitação municipal ilicitamente ocupada, seja em complemento, quanto à presença policial, no que se refere ao chamado “policiamento de visibilidade”, enquanto instrumento dissuasor de comportamentos ilícitos, permitindo que uma e outra polícias possam concentrar meios para ações incisivas, nas principiais áreas de intervenção própria, sabendo que resulta dessa mútua ação a possibilidade de complementar áreas de interesse comum. No que respeita a proximidade e como exemplo de articulação, destacamos o policiamento comunitário, implementado pela PM, que permite funcionar como elemento de aproximação entre a comunidade e a administração pública. Os grupos de segurança, agregando num espaço de identificação de problemas e busca de soluções, os membros da comunidade, as forças de segurança (a PSP) e unidades orgânicas da CML e outros serviços da administração, constituem um exemplo acabado do que a proximidade pode fazer. A Polícia Municipal identifica, junto das comunidades, os problemas e busca um conjunto de soluções (securitárias, urbanísticas, de intervenção social, etc.) junto dos atores adequados, trazendo a comunidade aos serviços com capacidade para resolução das questões e trazendo os serviços à comunidade. Segundo a autarquia, com o Plano de Drenagem, Lisboa prepara-se para dar início "à obra invisível que prepara a cidade para o futuro". Dado o horizonte temporal desta obra, que medidas estão a ser tomadas com efeitos mais imediatos tendo em conta o aumento da frequência de chuvas fortes e tempestades, consequência das alterações climáticas? As principais preocupações residem, sobretudo, na possibilidade de sobrecarga dos sistemas de drenagem nas áreas urbanas que provocam inundações. De um modo global, as consequências que normalmente advém das inundações são:
O fenómeno das alterações climáticas impõe-nos hoje também uma urgência acrescida em preparar Lisboa para maiores ocorrências ou catástrofes, como os tsunamis, um risco que é exponenciado pela nossa grande frente ribeirinha. Assim, no âmbito do Sistema de Prevenção de Tsunamis de Lisboa, temos o dispositivo de sirenes de aviso à população de tsunami e painéis informativos digitais e por sinalética vertical de evacuação de emergência com informação sobre percursos de evacuação e pontos de encontro. Além disso, iremos começar várias ações de esclarecimento do público, com uma campanha de esclarecimento em escolas e com divulgação de conteúdos para sensibilização e informação dos cidadãos. Apostamos em tornar Lisboa mais resiliente e mais preparada para lidar com as maiores ameaças à nossa segurança. A Associação de Dinamização da Baixa Pombalina fez 25 Anos e celebrou a data no Pátio da Galé. As imagens falam por si. Veja como foi este dia tão especial no coração de Lisboa: |
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Junho 2024
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